O mundo volta seus olhos para o Vaticano na próxima quarta-feira, 7 de maio, quando se inicia oficialmente o conclave que elegerá o próximo Papa da Igreja Católica. O processo ocorre após o falecimento do Papa Francisco, em 21 de abril, aos 88 anos, encerrando um pontificado marcado por reformas, gestos de humildade e uma intensa busca por diálogo inter-religioso e justiça social.
A cerimônia de abertura do conclave começa com a Missa "Pro Eligendo Papa", celebrada pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, na Basílica de São Pedro. À tarde, os cardeais votantes seguirão em procissão até a Capela Sistina, onde prestarão juramento de sigilo absoluto sobre tudo o que se passar no interior da eleição.
Como funciona o conclave
O conclave reúne 133 cardeais com menos de 80 anos, idade limite para votar. Isolados do mundo externo — sem acesso a celulares, internet ou comunicação com o público — eles iniciarão as votações diárias: duas pela manhã e duas à tarde. Para que um novo Papa seja eleito, são necessários dois terços dos votos (90 votos, no cenário atual).
Se nenhuma decisão for tomada após 33 ou 34 rodadas, o processo será simplificado: os dois cardeais mais votados seguirão para uma votação decisiva. A tradicional fumaça branca que sairá da chaminé da Capela Sistina anunciará ao mundo o momento em que um novo líder espiritual para mais de 1,3 bilhão de católicos terá sido escolhido.
Quem são os favoritos?
Entre os nomes mais cotados, destacam-se o cardeal Pietro Parolin, atual Secretário de Estado do Vaticano, visto como um candidato de continuidade, e o cardeal Matteo Zuppi, conhecido por sua atuação em causas sociais e proximidade com movimentos de paz. Também ganham força nomes de fora da Europa, como o cardeal filipino Luis Antonio Tagle e o africano Peter Turkson, refletindo a diversidade do colégio cardinalício e o crescimento do catolicismo no sul global.
Um pontificado decisivo
Este será o primeiro conclave desde 2013, quando Jorge Mario Bergoglio foi eleito como o primeiro Papa latino-americano. Agora, os desafios que aguardam o futuro pontífice são ainda mais complexos: além da crescente secularização em diversas partes do mundo, há tensões internas entre alas conservadoras e reformistas, crises de abuso sexual e um cenário global marcado por conflitos, desigualdades e mudanças climáticas.
Mais do que uma figura religiosa, o novo Papa será chamado a ser um símbolo de esperança, reconciliação e liderança moral para o século XXI.
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