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Sexta-feira, 20 de Setembro de 2024
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Cientistas preveem La Niña em dobro em 2024

O que esperar para o Brasil?

Portal São Bento
Por Portal São Bento
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Cientistas preveem La Niña em dobro em 2024
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Se confirmado, o fenômeno do La Niña em dobro viria a provocar o resfriamento anormal dos oceanos Atlântico e Pacífico ao mesmo tempo, alterando a distribuição das chuvas no Brasil. 

Meteorologistas ao redor do mundo alertam para a chegada do fenômeno climático La Niña, que deve substituir o El Niño na primavera deste ano. O que chama a atenção dos cientistas, porém, é a possibilidade de um La Niña em dobro.

O La Niña se caracteriza pelo resfriamento da superfície das águas do Oceano Pacífico, com origem na região do Pacífico Equatorial. Essa anomalia causa chuvas intensas no Norte e Nordeste do Brasil, assim como secas no Centro-Oeste e no Sul.

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O fenômeno é cíclico e ocorre no geral a cada dois ou sete anos. Já o El Niño se refere ao aquecimento anormal das águas do Pacífico e está associado, por exemplo, às fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024.

Ambas alterações climáticas afetam a distribuição de umidade e calor no planeta. O que o mundo pode esperar após a atuação do El Niño, observada desde o ano passado, é a chegada do La Niña em dobro.

Como assim, La Niña em dobro?
Apesar de menos conhecidos, os fenômenos El Niño e La Niña também podem ocorrer no Oceano Atlântico, além da atuação comum no Pacífico.

Observações da NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional) dos Estados Unidos indicam a possibilidade de um La Niña em dobro para este ano, nos dois oceanos ao mesmo tempo.

Os cientistas estadunidenses notaram uma queda nas temperaturas da superfície do Atlântico desde maio — resfriamento característico do La Niña. Desde o início de junho, os valores na porção equatorial central têm sido 0,5ºC a 1ºC inferiores à média para esta época do ano.

Já no Pacífico, as alterações eram esperadas para o início de agosto, mas a previsão agora é que o fenômeno chegue entre entre setembro e novembro, ou seja, entre a primavera e o verão no hemisfério sul.

Por enquanto, a temperatura do Pacífico está em neutralidade e o NOAA estima 72% de probabilidade de mudanças climáticas até o final do ano, mas com fraca intensidade. Ainda assim, o La Niña em dobro deve impactar o Brasil.

De que forma o fenômeno La Niña em dobro pode afetar o Brasil?
A baixa temperatura do Oceano Pacífico ocasiona secas em algumas regiões da América do Sul e chuvas intensas em lugares como a Ásia.

No Brasil, o impacto La Niña em dobro poderá ser sentido no setor agrícola. É possível que a agricultura das regiões Norte e Nordeste se beneficie com o maior volume de chuvas provocado pelo fenômeno.

As regiões Centro-Oeste e Sul, pelo contrário, podem sofrer com a estiagem característica das alterações na temperatura dos oceanos. Caso as chuvas sejam mais equilibradas, a produção de soja no Rio Grande do Sul pode ser favorecida.

O La Niña já afetou por exemplo a produção de café no Brasil em outras ocorrências. Entre 2021 e 2022, a falta de chuvas no Sudeste causou uma queda de 19% no rendimento da safra, segundo relatório da Hedgepoint Global Markets.

Além do café, as secas ameaçam aumentar o número de queimadas e prejudicar as plantações de cana-de-açúcar no Brasil. No entanto, a previsão dos cientistas é de que, se confirmado, o fenômeno do La Niña em dobro seja de fraca intensidade e o atraso nas chuvas pode não acontecer desta vez.

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