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Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025
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Saúde

Botulismo é raro, mas mortes pela doença reforçam importância do cuidado

Leia o artigo da infectologista Sabrina Sabino sobre a doença causada pela bactéria Clostridium botulinum

Portal São Bento
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Botulismo é raro, mas mortes pela doença reforçam importância do cuidado
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Recentemente, seis casos de botulismo foram confirmados na Bahia, com dois óbitos pela doença. A investigação epidemiológica baiana apontou que quatro dos seis pacientes diagnosticados ingeriram mortadela de frango no dia anterior ao início dos sintomas. Embora o botulismo seja raro, é necessária uma análise do que estes casos significam a níveis de saúde pública.

 

Considerada uma doença neuroparalítica grave, ela paralisa de forma simétrica todos os músculos do corpo, inclusive a respiração. É causada por uma ação de uma potente toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, que normalmente entra no nosso corpo através de ferimentos na pele ou pela ingestão de alimentos contaminados.

Após a invasão da bactéria no nosso organismo, a Clostridium botulinum libera uma potente toxina, que é capaz de causar um quadro grave e que pode levar a paralisia muscular em menos de 24 horas, mesmo que ingerida em pouca quantidade.

 

Os sintomas são rápidos e progressivos, e iniciam-se horas após o contato com a bactéria. A doença começa com dor de cabeça, dificuldade para falar e engolir — devido à paralisia muscular —, tontura, sonolência, visão dupla, diarreia, náuseas e fadiga. Por último e mais grave ocorre a dificuldade para respirar e paralisia da musculatura de face, braços e pernas.

O diagnóstico é feito através de exames de sangue e de fezes para identificar a presença da toxina no organismo. O paciente com botulismo deve ser hospitalizado com suporte de terapia intensiva (UTI), devido à gravidade da doença. Para o tratamento existe o Soro Antibotulínico, que está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além de terapias antimicrobianas para a doença.

Em Santa Catarina o último caso ocorreu em 2016, na cidade de Aurora. Deste então, não há registro de botulismo no Estado.

 

Para a prevenção, é importante entender quais são as maiores fontes de contaminação da doença. De acordo com o Ministério da Saúde, os alimentos com maior risco são:

 

Conservas vegetais (como palmito, picles e pequi);
Produtos de origem animal cozidos, curados ou defumados (como salsichas, presunto e “carne de lata”);
Pescados defumados, salgados e fermentados;
Queijos e pasta de queijos;
Alimentos enlatados industrializados (são raros);
Mel de abelha (evitar em crianças de até 2 anos).
É importante alertar que a toxina pode entrar em contato com o alimento tanto na preparação como na produção, ou na conservação adequada. Por isso, a população deve manter os cuidados com a higiene no manuseio das comidas e verificar a procedência dos produtos para evitar a contaminação pela bactéria.

Por Sabrina Sabino, médica infectologista, formada em Medicina pela PUCRS, mestre em Ciências Médicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e professora de Doenças Infecciosas na Universidade Regional de Blumenau.

Informações NSC

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