A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro do medicamento Kisunla (donanemabe), desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, para o tratamento de pacientes com Alzheimer em estágio inicial. A decisão representa um avanço importante na luta contra a doença neurodegenerativa que afeta milhões de brasileiros.
O Kisunla é um anticorpo monoclonal que atua diretamente sobre as placas de beta-amiloide no cérebro — proteínas associadas à progressão da doença. Ao promover a remoção dessas placas, o medicamento demonstrou, em estudos clínicos, a capacidade de retardar o declínio cognitivo em até 35% entre pacientes em fase inicial do Alzheimer.
Como o tratamento funciona?
A administração do Kisunla é feita por infusão intravenosa mensal. As três primeiras doses são de 700 mg, seguidas por aplicações de 1.400 mg a cada quatro semanas. A indicação é para adultos com comprometimento cognitivo leve ou demência leve associada ao Alzheimer, desde que não sejam homozigotos para o gene ApoE ε4.
Riscos e recomendações
Entre os efeitos colaterais mais comuns estão reações relacionadas à infusão, como febre, sintomas gripais e dores de cabeça. A Anvisa ressalta que o medicamento não deve ser utilizado por pacientes que estejam em uso de anticoagulantes ou com diagnóstico de angiopatia amiloide cerebral, condição que pode aumentar o risco de sangramentos cerebrais.
Especialistas alertam que o tratamento deve ser realizado com acompanhamento médico rigoroso, sendo fundamental o diagnóstico precoce e exames genéticos para avaliação da indicação.
Nova esperança para milhares de famílias
A aprovação do Kisunla abre novas perspectivas para pacientes e familiares que enfrentam os desafios do Alzheimer. Até então, o Brasil contava apenas com medicamentos paliativos, voltados para amenizar sintomas. Agora, com a chegada do donanemabe, há a possibilidade de retardar efetivamente a progressão da doença, preservando a qualidade de vida por mais tempo.
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